Tu és a palma da minha mão.
E te conheço mais vasto que ela.
E tu até pareces, às vezes, intocável
Impenetrável e seco; pálido.
Mas não enganas a quem ousa tocar nela.
E se posso prosseguir direi então o que sei de ti.
Pois tão profundo quanto um oceano é o teu coração:
tal que nem tu bem o conheces, como te conheço
sendo a palma da minha mão.
E sinto-me, eu, como um barquinho navegante
buscando o seu ritmo, espírito marinheiro, flutuante.
Desbravando o teu peito vou assim:
mergulho em suas profundezas nua, bela
crua, pura e tu me aceitas.
Mas de mansinho vem chegando os ventos e os temporais.
E de repente não posso perceber como todas as coisas mudarão:
Se ora os pássaros me cantam bom-dia aos raios de Sol junto ao cais;
se ora te enfrento com tempestades de verão.
Mas talvez seja o modo como tuas ondas se quebram
Seja esse o segredo que me impele a te conhecer a cada dia mais.
Que mesmo em tuas bravas ondas é onde
os meus anseios sossegam.
E faz-me acordar outra vez em mais um dia de paz.
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