Tu és a palma da minha mão.
E te conheço mais vasto que ela.
E tu até pareces, às vezes, intocável
Impenetrável e seco; pálido.
Mas não enganas a quem ousa tocar nela.
E se posso prosseguir direi então o que sei de ti.
Pois tão profundo quanto um oceano é o teu coração:
tal que nem tu bem o conheces, como te conheço
sendo a palma da minha mão.
E sinto-me, eu, como um barquinho navegante
buscando o seu ritmo, espírito marinheiro, flutuante.
Desbravando o teu peito vou assim:
mergulho em suas profundezas nua, bela
crua, pura e tu me aceitas.
Mas de mansinho vem chegando os ventos e os temporais.
E de repente não posso perceber como todas as coisas mudarão:
Se ora os pássaros me cantam bom-dia aos raios de Sol junto ao cais;
se ora te enfrento com tempestades de verão.
Mas talvez seja o modo como tuas ondas se quebram
Seja esse o segredo que me impele a te conhecer a cada dia mais.
Que mesmo em tuas bravas ondas é onde
os meus anseios sossegam.
E faz-me acordar outra vez em mais um dia de paz.
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine... O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha e havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá [...] Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
sábado, 8 de fevereiro de 2014
O garoto sem rumo
Este é um conto que aborda a vida de um garoto sem rumo:
Era uma vez, um garoto sem rumo. Um garoto belo, rico, virtuoso só que sem rumo. Este conto conta que o tal garoto sem rumo morava numa simples casa e que no quintal desta simples casa havia um esplêndido jardim o qual fazia que esta simples casa não fosse tão simples assim, mas de uma singela nobreza não encontrada em outras casas.
Diz a estória que todos os dias esse menino rico e virtuoso caminhava pelo jardim de sua casa buscando sempre o conhecimento e tudo o que despertasse prazer em seu espírito. E todos os dias durante muitos dias de sua vida esse menino fez isso até que se tornasse um rapaz. E foi assim, desbravando e conhecendo até quando se sentiu confiante e viu que poderia desbravar muito além do seu esplêndido jardim. E prosseguiu então conhecendo muito mais: sua casa, seu bairro, sua cidade e tudo; até sentir-se confiante para conhecer o mundo. E assim o fez.
Passado algum tempo, alguns anos após este rapaz ter saído de sua casa buscando novos conhecimentos, eis que surge um homem. E conta o conto que era um homem belo, rico e virtuoso, com plenitude em seus traços, força em seu olhar, ternura em seu gesto mas um grande vazio em seu coração. E continua contando a estória que este mesmo homem cheio de virtudes carregava consigo um vazio tão grande que todas as noites se recolhia para dentro de si buscando sempre uma resposta para algo que tanto lhe tirava a paz. Então, em uma de suas noites solitárias voltou-se novamente para si e não suportando tanto vazio desfaleceu-se em lágrimas caindo num profundo sono. Sonhou então o virtuoso homem um sonho que contava sobre uma parábola indígena voltando-se para a vida de outro homem na qual dizia-lhe:
" Então sentou-se o homem sozinho numa tristeza profunda e todos os animais se aproximaram e disseram: "Não gostamos de ver você tão triste, peça-nos o que quiser que você o terá" E o homem disse: "Quero ter boa visão" Então o abutre respondeu: "Terás a minha". O homem disse: "Quero ser forte". A onça falou-lhe: "Vais ser forte como eu". E mais uma vez disse o homem: "Quero saber os segredos da terra". E a serpente respondeu: "vou revelá-los a você". E assim foi com todos os animais. E quando o homem tinha tudo o que eles poderiam dar... ele partiu. E então a coruja disse aos animais: "Agora o homem sabe muito e pode fazer muitas coisas. De repente, tenho medo." A corça disse: "O homem tem tudo de que precisa, agora sua tristeza vai acabar" Mas a coruja respondeu: "Não. Eu vi um vazio no homem, grande como uma fome que ele nunca vai saciar. É isso que o deixa triste e isso que o faz querer mais. Ele vai pegando e pegando até que um dia o mundo dirá: "Não mais existo e nada mais tenho para dar"
Acordou, pois, o virtuoso homem num tremendo susto e assustado com o ensinamento decidiu-se que deveria se mudar. E fez assim: mudou-se. E em sua viagem mutante olhou o homem para todo o seu passado. De repente, arregalou seus olhos e dentro de um profundo suspiro percebera que lhe caíra a ficha: era um nômade, não conseguia mais fincar os seus pés no chão. Lembrou de tudo o que conquistou e tudo o que deixou no passado e todas as pessoas que havia deixado para trás. Era agora um homem sozinho e vazio e num determinado instante era, também, confuso. Pensou que de tanto procurar obtivera muito conhecimento, virtudes, sorte, sabedoria e consumia tanto que se lembrou que havia se esquecido de alimentar o seu espírito e equilibrar-se obedecendo apenas aos desejos passageiros. E mesmo em grande desequilíbrio, estava certo de que exatamente aquilo não o fazia feliz.
Mas diz a estória que este homem procurava sua verdadeira felicidade no amor, contudo, em meio a uma transição confusa, não conseguia enxergar o que estava um palmo à sua frente; e viveu desse jeito por algum tempo. E desse jeito foi vivendo e se mudando e conhecendo mais vários lugares até quando se deu conta de que se sentia bem e em breve momento soube da gradeza de poder fincar suas raízes onde quisesse e cativar tudo o que quisesse. Nunca se soube se este homem encontrou o amor, mas sabe-se que foi feliz seguindo sempre em frente em sua solitária caminhada.
Fim
Era uma vez, um garoto sem rumo. Um garoto belo, rico, virtuoso só que sem rumo. Este conto conta que o tal garoto sem rumo morava numa simples casa e que no quintal desta simples casa havia um esplêndido jardim o qual fazia que esta simples casa não fosse tão simples assim, mas de uma singela nobreza não encontrada em outras casas.
Diz a estória que todos os dias esse menino rico e virtuoso caminhava pelo jardim de sua casa buscando sempre o conhecimento e tudo o que despertasse prazer em seu espírito. E todos os dias durante muitos dias de sua vida esse menino fez isso até que se tornasse um rapaz. E foi assim, desbravando e conhecendo até quando se sentiu confiante e viu que poderia desbravar muito além do seu esplêndido jardim. E prosseguiu então conhecendo muito mais: sua casa, seu bairro, sua cidade e tudo; até sentir-se confiante para conhecer o mundo. E assim o fez.
Passado algum tempo, alguns anos após este rapaz ter saído de sua casa buscando novos conhecimentos, eis que surge um homem. E conta o conto que era um homem belo, rico e virtuoso, com plenitude em seus traços, força em seu olhar, ternura em seu gesto mas um grande vazio em seu coração. E continua contando a estória que este mesmo homem cheio de virtudes carregava consigo um vazio tão grande que todas as noites se recolhia para dentro de si buscando sempre uma resposta para algo que tanto lhe tirava a paz. Então, em uma de suas noites solitárias voltou-se novamente para si e não suportando tanto vazio desfaleceu-se em lágrimas caindo num profundo sono. Sonhou então o virtuoso homem um sonho que contava sobre uma parábola indígena voltando-se para a vida de outro homem na qual dizia-lhe:
" Então sentou-se o homem sozinho numa tristeza profunda e todos os animais se aproximaram e disseram: "Não gostamos de ver você tão triste, peça-nos o que quiser que você o terá" E o homem disse: "Quero ter boa visão" Então o abutre respondeu: "Terás a minha". O homem disse: "Quero ser forte". A onça falou-lhe: "Vais ser forte como eu". E mais uma vez disse o homem: "Quero saber os segredos da terra". E a serpente respondeu: "vou revelá-los a você". E assim foi com todos os animais. E quando o homem tinha tudo o que eles poderiam dar... ele partiu. E então a coruja disse aos animais: "Agora o homem sabe muito e pode fazer muitas coisas. De repente, tenho medo." A corça disse: "O homem tem tudo de que precisa, agora sua tristeza vai acabar" Mas a coruja respondeu: "Não. Eu vi um vazio no homem, grande como uma fome que ele nunca vai saciar. É isso que o deixa triste e isso que o faz querer mais. Ele vai pegando e pegando até que um dia o mundo dirá: "Não mais existo e nada mais tenho para dar"
Acordou, pois, o virtuoso homem num tremendo susto e assustado com o ensinamento decidiu-se que deveria se mudar. E fez assim: mudou-se. E em sua viagem mutante olhou o homem para todo o seu passado. De repente, arregalou seus olhos e dentro de um profundo suspiro percebera que lhe caíra a ficha: era um nômade, não conseguia mais fincar os seus pés no chão. Lembrou de tudo o que conquistou e tudo o que deixou no passado e todas as pessoas que havia deixado para trás. Era agora um homem sozinho e vazio e num determinado instante era, também, confuso. Pensou que de tanto procurar obtivera muito conhecimento, virtudes, sorte, sabedoria e consumia tanto que se lembrou que havia se esquecido de alimentar o seu espírito e equilibrar-se obedecendo apenas aos desejos passageiros. E mesmo em grande desequilíbrio, estava certo de que exatamente aquilo não o fazia feliz.
Mas diz a estória que este homem procurava sua verdadeira felicidade no amor, contudo, em meio a uma transição confusa, não conseguia enxergar o que estava um palmo à sua frente; e viveu desse jeito por algum tempo. E desse jeito foi vivendo e se mudando e conhecendo mais vários lugares até quando se deu conta de que se sentia bem e em breve momento soube da gradeza de poder fincar suas raízes onde quisesse e cativar tudo o que quisesse. Nunca se soube se este homem encontrou o amor, mas sabe-se que foi feliz seguindo sempre em frente em sua solitária caminhada.
Fim
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