terça-feira, 19 de agosto de 2014

As confusões corriqueiras de felicidade

Ainda que sejam inúmeras coisas, o que mais assusta o ser humano é o medo de encarar seus dias sozinhos; e tudo isso começa, na maioria das vezes com uma puberdade sendo influenciada pelo sensacionalismo das músicas banais, os super filmes de comédia romântica, um monte de bobagem da mídia e etcetera. Depois dessas coisas, começa a crescer em você uma imensa necessidade de se apaixonar e ter alguém do seu lado e você acredita na mensagem ilustrativa de que tudo é maravilhoso e será até ficarem velhinhos e morrerem quase 'juntos'. Você faz isso sem perceber que põe a paixão como se fosse o tesouro mais valioso da face da Terra, faz dela o seu deus. Até o seu primeiro relacionamento você até não sente tanto, mas a partir do primeiro é que começam os sintomas desesperadores, enlouquecedores e dizimadores da paixão: aquela que você colocou em primeiro lugar. Sim, como todo vício, simplesmente (como simples é a natureza) ela te seduz delicadamente, te dá prazer, te cega, te enlouquece e te arrebata. E você, todo moldado por um sistema sensacionalista que cria pessoas tolas e fracas, confia piamente que 'paixão' significa 'amor'. Diante disso, estar sozinho/solteiro é sinônimo de ser uma pessoa triste em busca do seu grande amor; no fundo você não percebe que esse tempo todo só alimentou seu ego e consequentemente, se despreparou para o tamanho da sua carência. Agora não sabe como lidar, porque ninguém ensinou isso na escola.
   Posso dizer como diz minha avó que o que tenho de amigas apaixonadas que encontram o amor de suas vidas a cada ano ou mês ou semana, "não consta nos gibis". Pois é, o que eu mais tenho observado nesses poucos anos de vida que tenho são pessoas insanas que se jogam numa imensidão de loucura e não voltam mais, pessoas apaixonadas, que apostam tudo por nada. Perdem a aposta e depois não aguentam carregar o tamanho da sua própria tolice, achando mesmo que seria feliz para sempre.
   É muito fácil compreender que o ser humano busca incansavelmente algo quase que intocável, quase que utópico, que é a felicidade plena; mas não percebem como estão a cada vez mais distantes enquanto se deixam levar pelas felicidades momentâneas. Pois é, a felicidade plena é algo que não está a venda, não está nos livros, não está no beijo, nem no sexo, nem nas alianças e tampouco na certidão de casamento. Está em Deus e precisa ser merecida. Não tô querendo dizer com isso que ter alguém não seja bom; o que estou querendo dizer é que, - mesmo com pouca vivência, consigo observar de perto que - muitas pessoas têm procurado nos outros e em outras coisas o que elas precisam encontrar dentro delas mesmas. Agora consigo enxergar mais claramente porquê se rompem tantos elos "infinitos" sem conseguirem encontrar a linha de chegada do 'final feliz'.
   Já sofri também, pouco, mas sofri, e espero não estar querendo parecer madura com esse assunto, mas acho que essa é uma mensagem divina querendo que as pessoas prestem mais atenção na felicidade e no amor genuínos, os quais tentamos procurar tão distante mas se observarmos direito, estão sempre em nós, na caridade, na solidariedade, no sorriso, no beijo, no sexo, na despedida e até no desapego. Deus quer que confiemos nele pra amar e sermos felizes porque tudo passa: podemos ter milhões de amigos, muita saúde e muito dinheiro, mas tudo isso vai passar e precisamos nos desapegar o quanto antes. Trabalhar o desapego também é uma forma de amar e ser feliz, atropela seu ego e te faz forte pra encarar qualquer coisa. Essa é a mensagem divina que todos nós uma vez que somos canais divinos devemos interpretar em nossas próprias vidas. Eis uma forma de viver plenamente, eis um jeito fantástico de confiar totalmente no destino que todas as coisas ficarão em seu devido lugar, aceitar o que a vida lhe der e ser grato por tudo: tudo o que foi, tudo o que é e tudo o mais que será. Diante disso, você vê que a paixão perde o poder de ser tão arrebatadora e passa a ser nada. E como todo merecimento há de ser trabalhado, mais vale trabalhar mesmo pra obter a tal felicidade plena que a essa sim é pertinente o final de ser 'feliz para sempre"